Saturday, August 16, 2008

Dólmenes da Beira Alta (Portugal)

O Megalitismo na Beira Alta

por
António José Marques da Silva

Caracterização
O megalitismo da Beira Alta não é circunscrito à sua região administrativa, extendendo-se também a uma parte da Beira Litoral, o distrito de Aveiro, com cerca de 120 monumentos identificados, é o mais rico depois do distrito de Viseu, com cerca de 300 monumentos, formando com ele uma verdadeira zona megalítica, a mais importante concentração megalítica da região centro. É nessa zona que aparecem as primeiras nuclearizações notórias de sepulturas megalíticas, em regra geral implantadas com uma certa homogeneidade e só distanciadas algumas dezenas de metros.

Esse modelo de necropolização contrasta com a dispersão dos monumentos dos distritos da Guarda, onde 30 foram inventariados, e do distrito de Coimbra, onde se conhecem 7, no curso superior do Alva. Os monumentos quando incluídos em núcleos estam separados por algumas centenas de metros (Kalb, 1987).

Morfologia
Não há homogeneidade na morfologia das sepulturas megalíticas da Beira Alta. S. O. Jorge (Jorge, 1990) distingue 3 grandes grupos:
- os dólmenes com câmara simples sem corredor, câmaras que tanto podem ser poligonais, ou poligonais alongadas, como cistas, de planta quadrada ou rectângular, integrados em núcleos dolménicos. Inserem-se neste grupo, monumentos datados do Neolítico Médio à Idade do Bronze.

- os dólmenes de câmara, em regra, poligonal, e com corredor bem diferenciado (curto, médio ou longo) e dólmenes de câmara subtrapezoidal ou poligonal, de corredor mais ou menos indiferenciado, poderiam ter sidos construídos ainda nos finais do Neolítico como em pleno Calcolítico. Mas esse enquadramento cronológico foi obtido para o megalitismo do Norte de Portugal com o qual o da Beira Alta tem de facto afinidades culturais (Jorge, 1990).

A descoberta e a escavação dos átrios e outras estruturas relacionáveis com o funcionamento das sepulturas megalíticas, é uma mais recente. Contudo, será ainda cedo para serem consideradas neste trabalho: a bibliografia sobre esse tema, relativa à Beira Alta é ainda quase nula, resumindo-se a breves alusões (ex: Cruz, 1993). Podemos no entanto avançar que se trata de estruturas existentes à entrada do monumento, no seguimento imediato do corredor, geralmente vedadas por um "anel" de pedras. Concentrando-se no estudo da câmara e do corredor, este espaço tinha escapado até hoje aos arqueólogos.

Outro critério de diferenciação é o tamanho dos monumentos. Enquanto a maioria dos monumentos do distrito de Coimbra e da Guarda são de grande dimensões, aqueles do grupo Viseu-Aveiro são na maioria de pequena e média dimensões (Kalb, 1987).
Há uma grande homogeneidade no espólio destas sepulturas megalíticas. No entanto as dominantes são os micrólitos, as lâminas, os machados e as contas verdes.

Depois do primeiro quartel do III milénio cal. a.C., aparecem novos elementos artefactuais como a cerâmica com conjuntos próximos dos do Neolitico Final e do Calcolítico da Estremadura, pontas de projéctil, as foices sobre lâmina e os punhais e alabardas de sílex e, numa fase mais tardia, já no Bronze Pleno, vasos campaniformes, tal como vasos troncocónicos.

Arte Megalítica
A arte megalítica está bem representada nos monumentos, em regra de grandes dimensões, geralmente com corredor, da Beira Alta, contudo não lhe é própria. Encontra-se testemunhada em todo o noroeste peninsular (42 estações), no oeste da França (39 estações) tal como no Bassin Parisien (8 estações), na Irlanda (39 estações) e na Grã-Bretanha (6 estações). Na Beira Alta, ela tem, no entanto, a particularidade única no mundo de se exprimir, entre outras formas, pela pintura(Joussaume, 1985). Joussaume põe, no entanto, a hipótese de ter sido utilizada em outras regiões, onde as condições de conservação não fossem tão favoráveis (Joussaume, 1985) .

Exprime-se portanto mais frequentemente através da pintura resumindo-se a alguns motivos como, por exemplo, em Fontão e Tanque ou cobrindo alguns ou todos os esteios, como nos dólmenes de Sobreda (c. Oliveira do Hospital), Cortiçô (c. Fornos de Algodres), Juncais (c. Vila Nova de Paiva), Forles (c. Satão), Fojinho (c. V. N. Paiva), Mamaltar de Vale de Fachas (c. Viseu), ou ainda cobrindo toda a superficie como é o caso de Antelas (c. Oliveira de Frades) e Pedralta (c.Viseu).

Também existem gravuras como é o caso nos dólmenes de Chão Redondo II (c. Sever de Vouga), Carapito I (c. Aguiar da Beira), Anta de Repilau (c. Viseu) e da Anta da Matança (c. Fornos de Algodres) (Jorge, 1990).

Esta arte megalítica beirã é uma arte abstracta que combina motivos esquemáticos, seminaturalistas e simbólicos, constituindo para E. S. Twohig o grupo 1 ou grupo de Viseu, e que são os seguintes: figuras humanas, representação da pele esticada dum animal, fiadas de triângulos ou de "V", motivos em dente de serra e serpentiformes horizontais (Twohig, 1981). Certos elementos são comuns a outras regiões da Europa. É o caso dos serpentiformes, dos sóis, das figuras em "U", dos círculos concêntricos e das "fossettes", que se explicariam por contactos inter-regionais (Joussaume, 1985).

Problemas levantados
Um trabalho pioneiro feito por Vera Leisner (Leisner e Ribeiro, 1968) nos anos setenta permitiu a datação por Carbono 14 de certos grandes sepulcros megalíticos da Beira Alta.

Para o dólmen 1 de Carapito (c. Aguiar da Beira), obtiveram-se duas datações, relacionadas com a utilização primária do monumento, respectivamente GrN-5110: 4850+-40 BP (3775-3525 cal. a.C [2 sigma]) e Hv-s/ndeg.:4590+-65 BP (3510-3100 cal. a.C.)(Cruz e Vilaça, 1994). A restauração do monumento por R. Vilaça e D. Cruz em 1988 permitiu a descoberta de duas novas amostras de carvão, relacionáveis com o momento da construção do monumento. Eles foram respectivamente datados de OxA-3733: 5125+-70 BP (3998-3817 cal. a.C.) e TO-3336: 5120+-40 BP (3989-3822 cal. a.C.). Essas novas datações confirmam as anteriores, recuando apenas o momento da construção do monumento ao primeiro quartel do IV mil. a.C., ligeiramente anterior ao momento da utilização mais antiga do monumento, que se situará nos primeiros 250 anos do IV mil. cal. a.C.

A Orca dos Castenairas (c. Vila Nova de Paiva) forneceu uma data de GrN-4924: 5060+-60 BP (3990-3709 cal. a. C.) para a camada inferior da câmara e outra de GrN-4925: 4610+-50 BP (3510-3135 cal. a.C.)(Cruz e Vilaça, 1994). A Orca de Seixas (Moimenta da Beira) tem uma camada inferior datada de GrN 5734: 4900+-40 BP (3783-3548 cal. a. C.).

Essas datações por meios químicos dos grandes monumentos com corredor obrigou os estudiosos a reconsiderar a teoria que defendia que os grandes monumentos fossem os mais recentes (Leisner e Ribeiro, 1968). Aposta-se hoje na sua grande antiguidade comprovada pelo facto de conterem espólios muito arcaicos, com ausência de cerâmica (Jorge, 1990) e o seu sincronismo com a emergência dos grandes dólmenes do sul, como a Anta Grande do Zambujeiro, a Anta Grande da Comenda do Hospital e a Anta Grande do Olival da Pêga e com os monumentos da Meseta Espanhola, cujo espólio apresenta, para as camadas inferiores, um carácter arcaizante (Cruz e Vilaça, 1994).

Isto não impede, de nenhuma forma, a sua coexistência cronológica com os monumentos de pequena dimensão, que carecem de dataçãos C14 para se lhe poder atribuir um momento cronológico.

À luz destes novos dados, afirma-se hoje que a Beira Alta pode ter sido um dos focos de origem do megalitismo português (Jorge, 1990). Essa hipótese é, no entanto, contestada por J. C. de Senna-Martinez (Senna-Martinez, 1994) que atribui ao megalitismo da Beira Alta uma origem estremanha, assim explicando a utilisação do sílex, que não existe, segundo ele na região.

Inserção no contexto peninsular atlântico
Apesar de o megalitismo da Beira Alta ter uma personalidade própria, ele sofre de influências meridionais como setentrionais.

As influências meridionais reflectem-se na distribuição dispersa dos monumentos dos distritos da Guarda e de Coimbra, nas grandes dimensões de certos monumentos e na presença no espólio de pontas de seta de base côncava, algumas muito próximas dos padrões alentejanos e de placas de pedra gravadas, pintadas ou lisas.

Por outro lado, enquanto que os monumentos do sul são ricos em espólio, na Beira Alta só os grandes monumentos com corredor forneceram achados abundantes. Também estão ausentes alguns tipos construtivos meridionais, como os tholoi e as grutas artificiais, e o material típico dos tholoi como os vasos de pedra, as placas de xisto incisas, os ídolos são excepções na Beira Alta. Todavia, a sua ligação com o megalitismo do Norte de Portugal é bem mais forte. Tem em comum a prática de pintura e da gravura nos monumentos, com a presença nos espólios de vasos troncocónicos, sem esquecer o condicionalismo geográfico, que também é muito próximo.
Em primeiro lugar, os investigadores encaram as representações gráficas dos megálitos de duas maneiras: isoladamente, como é o caso de E. S. Twohig (Twohig, 1981), ou em conjunto, como o propõe V.O. Jorge (Jorge, 1990), admitindo que os motivos formavam verdadeiros polípticos. Podiam ter um sentido religioso, e servir de enquadramento a ritos que aí se processariam. Nesse âmbito, as cenas narrativas como a dos Juncais poderiam ser alusões a acontecimentos mitológicos, cuja natureza nos escapa (Jorge, 1990).

E. Twohig (Joussaume, 1985) pôs também a hipótese de o ritual da pintura e da gravura dos monumentos do centro de Portugal e do noroeste peninsular, de uma forma mais geral, ter a mesma função que as placas de xisto e outros objectos gravados do Sul. Ela apoia a sua hipótese no facto de as placas de xisto serem raras a norte do Mondego (Vale de Fachas).

Considerá-las como itens de prestígio de certas linhagens que acentuavam a sua liderança sobre a comunidade e que os seus membros eram enterrados em monumentos de maiores dimensões é outra hipótese defendida por Susana Oliveira Jorge (Jorge, 1990). Denunciariam então um incremento da hierarquização das comunidades neolíticas.

O facto de estar associada aos monumentos de grande dimensões, geralmente com corredor, deixa pensar que a arte megalítica pertence a um momento inicial do megalitismo regional (Senna-Martinez, 1994).

Os construtores de megálitos
Até muito recentemente, não se conhecia nada dos protagonistas do fenómeno megalítico. Os primeiros passos no sentido da correlação das sepulturas megalíticas com povoados foram feitas pela equipa do PEABMAM (Programa de Estudo Arqueológico da Bacia do Médio e Alto Mondego). Concretamente, Senna-Martinez, director do PEABMAM, correlaciona o povoado de Carriceiras (c. Carregal do Sal) com o que ele denomina "horizonte Carapito/Pramelas" e o povoado Ameal VI (c. Carregal do Sal) com o "horizonte Moinhos de Vento/ Ameal" (Senna-Martinez, 1994a). Contudo nos dois casos, a correlação não parece muito segura.

O "horizonte Carapito/ Pramelas"
Por "horizonte Carapito/ Pramelas", Senna-Martinez entende um conjunto artefactual, integrado num espaço cronológico que se estende da transição V/IV milénio ao início do IV milénio cal. a.C., correspondendo a um momento inicial do megalitismo da região. Esse conjunto, além de acerâmico, é composto de micrólitos, geralmente de sílex, sobre lâmina (triângulos geométricos, segmentos circulares e trapézios), lâminas sem retoque, ou com este pouco extenso, enxós e machados em pedra polida e contas de colar, onde predominam as pequenas contas de xisto. Encontramo-lo em monumentos de morfologia muito variada: monumentos com câmara poligonal sem corredor ou monumentos com corredor médio e também grandes monumentos de câmara poligonal de nove esteios com corredor longo.

Não se conseguiu obter, até hoje, uma datação absoluta para a estação da Carriceira; contudo, os artefactos líticos, e a cerâmica que se encontrou lá, apresentam afinidades com o Neolitico Antigo Evoluído da Estremadura atlântica.

Considerando esta estação comtemporânea do "Horizonte Carapito/Pramelas", Senna-Martinez defende que esse horizonte se deve a uma primeira penetração de um Neolítico de tradição antiga, de origem estremanha, ao qual se liga a origem do megalitismo na região (Senna-Martinez, 1994a). Dever-se-á esperar que a continuação da escavação de Carriceiras (Senna-Martinez, 1994b), permita o achado de amostras de carvão, suficientemente representativas, para se poder datar a estação, de maneira mais segura e menos vaga.

Senna-Martinez defende também que existia um intercâmbio, mais ou menos permanente, entre a Estremadura e a Beira Alta, tendo por base a troca do sílex, que será inexistente na Beira Alta, e as rochas anfibolíticas, inexistentes na Estremadura mas já presentes em contextos atribuíveis ao Neolítico Antigo .

O "horizonte Moinhos de Vento/ Ameal"
Por "Horizonte Moinhos de Vento/Ameal" deve-se entender um novo conjunto artefactual, na continuidade do "Horizonte Carapito/Pramelas", composto essencialmente de cerâmica com afinidades com a cerâmica do Neolítico Final e do Calcolítico da Estremadura, pontas de projéctil, "foices" sobre lâmina, punhais e alabardas de sílex. Ele enquadra-se cronologicamente entre a segunda metade do IV milénio cal. a. C., prolongando-se no III milénio cal. a. C. (num período cronológico já calcolítico) e encontra-se predominantemente em monumentos de corredor desenvolvidos e câmara poligonal de nove esteios.

Os povoados que Senna-Martinez atribui a esse horizonte (Senna-Martinez, 1994a), encontram-se em sítios abertos, sem aparentes preocupações de defesa nem de dominação da paisagem. Inserem-se num contexto megalítico, a menos de 1 km de núcleos de sepulturas megalíticas, no caso do Ameal , Mimosal e Quinta Nova e a 4 km no caso de Barrocas, da Pedra Aguda e de Murganho 2. A presença, nas sepulturas conhecidas desses núcleos, de conjuntos artefactuais similares aos encontrados nos povoados citados apontam para a sua contemporaneidade.

As estruturas de habitação até hoje escavadas são cabanas de argila, de forma oval, de 5 a 6 metros de diâmetro, com uma cobertura sustentada por postes. Certas cabanas possuem uma lareira central assentando sobre uma estrutura pétrea composta de um número importante de fragmentos de mós manuais, e algumas reutilizam silos que serviriam para a torrefacção e armazenagem de bolota. A recolecção da bolota e de outros vegetais era eventualmente completada por uma pequena horticultura e pela pastorícia, com a pratica da transumância, vivendo apenas no Outono/ Inverno nesses povoados.(Senna-Martinez, 1994a).

As datações obtidas tanto para o dólmen dos Moinhos do Vento (ICEN-196 4720+-40 BP, 3765-3355 cal. a.C.) como para os povoados de Murgadinho 2 e da cabana 3 do Ameal VI, apontam para meados do IV milénio cal. a.C., ou seja do Neolítico Final. Só uma datação obtida no silo da cabana 1 do Ameal poderá ser considerar como Calcolítica, mas esta última tem um desvio-padrão muito elevado correspondendo a parâmetros muito amplos (ICEN-345 3980+-110 BP, 2881-2146 cal. a.C.), o que a torna pouco fiável (Valera, no prelo). Por outro lado, é a metade superior do desvio padrão da datação mais antiga da cabana 3 (3501-3108 cal. a.C.) que coincide com a metade inferior do desvio padrão da datação do monumento Moinhos de Vento, de modo que também é possível este monumento pertencer a um momento directamente anterior àquele no qual se inserem os respectivos povoados, não estando desta forma relacionados cronologicamente.

Outra crítica que podera ser feita, é o uso por Senna-Martinez do conceito de "horizonte" para estabelecer a sua cronologia, conceito oriundo da antropologia cultural, cujas limitações, quando aplicado a arqueologia, foram denunciadas desde há muito (Serrão, 1979).

O Campaniforme e o Bronze Pleno
A cultura que conhecemos pelos achados do Buraco da Moura e que se estende de 2700 a 1000 cal. a.C., abrangendo o Calcolítico e o Bronze Pleno, não apresenta rupturas com o horizonte Moinhos de Vento/Ameal sendo pela primeira vez provada a presença de ovinos que, como já disse, era uma das bases da alimentação dessas comunidades. É um período de complexificação social com um início de diferenciação onde aparecem bens de prestígio, como os vasos campaniformes introduzidos pelo circuito de trocas inter-regionais que se desenvolve nesse período. A cerâmica campaniforme está muito mal representada na Beira Alta, conhecendo-se apenas fragmentos encontrados em 4 sepulturas megalíticas e um habitat (Penedo da Penha, Nelas) (Gomes e Carvalho, 1994). Aparecem também nessa altura os primeiros objectos metálicos como o punção de cobre arsenical e o anel de ouro em espiral encontrados em Outeiro do Rato.

Este incremento do comércio será comprovado pela presença de vasos tronco cónicos invertidos em contexto funerário. Depois de estudos estatísticos sobre a capacidade volumétrica desses vasos, J. C. Senna-Martinez chegou à conclusão que, muito provavelmente, já existia um sistema de medidas, empiricamente estruturado mas dotado de grande coerência interna, que se tornou necessário devido à importância crescente das trocas "comerciais". No entanto deve-se notar, com R. Vilaça, que os vasos tronco-cónicos se encontram num espaço cronológico muito amplo (segundo quartel do III milénio cal. a.C. até ao Bronze Final), tendo um grande dispersão geográfica. Tendo em conta esses factores, juntando-lhe as assimetrias regionais existentes, podemo - nos perguntar como estes dados se compatibilizam "com a necessária existência de uma entidade centralizadora responsável pelo controlo e imediato reconhecimento de um valor económico fixo representado pelos vasos" (Vilaça R., 1994).

No final desse período, ou seja, no Bronze Pleno, vários dólmenes foram reutilizados.

Conclusão
Um século de investigação do fenómeno megalítico na Beira Alta permitiu evidenciar a sua singularidade e destacá-lo, culturalmente falando, do sul, como do norte. No entanto, ainda falta fazer estudos a nível micro-regional, centrado numa área nem demasiadamente restricta, nem dum tamanho megalomano orientados por uma problemática bem definida e prosseguir na busca de povoados relacionáveis com as sepulturas megalíticas. Permitirá talvez pacificar os estudiosos, respondendo aos problemas levantados pela cronologia e origem do megalitismo beirão, pela arte megalítica e completar o trabalho pioneiro do PEABMAM no sentido da articulação do megalitismo com a cultura dos seus protagonistas.

Sendo uma região charneira entre o sul e o norte, permitirá também abrir novas perspectivas no conhecimento do megalitismo destas duas zonas.

Coimbra, Junho 1995

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